sexta-feira, 19 de setembro de 2014

"Doutor, eu acho que estou ficando louca!"





Foi assim que comecei a escrever o email para o meu psiquiatra. E acreditem, eu "aquela" semana delicinha onde todos os dias foram infernais.

Vamos lá... eu já falei sobre isso algumas vezes aqui no blog mas, nunca é demais ressaltar. O fumante vive um grande amor com o cigarro durante anos, só no meu caso, foram 14. Quantos casamentos você conhece que duraram tudo isso? Aí o fumante está lá todo pirulitão e de repente ele cai na real e descobre seu grande amor, na verdade quer acabar com ele e resolve pedir o divórcio.
Por mais que ele tenha sido o lado a pedir a separação, o processo é dolorido e lento.

Pois muito que bem, meu "divórcio" já esta com 59 dias. Me sinto uma pessoa totalmente diferente daquela que escreveu os primeiros posts. Estou mais forte, mais confiante e... mais doidona!

Tive mais um surto na TPM e adivinha pra que sobrou? Claro, para o namorado! Só que dessa vez a coisa foi séria, eu achei que meu namoro tinha ido pro ralo. Eu tive um acesso de loucura, pirei mesmo. Inventei um monte de histórias malucas na minha cabeça envolvendo até a ex dele que nem mora aqui no Brasil... fiz aquela lambança e saí tacando merda no ventilador, como diz o ditado. Não vou dar muitos detalhes pra preservar meu namorado (tadinho, pelo menos isso!). Só sei que brigamos, ele parou de falar comigo por 1 noite, não dormi nessa noite (sério, nem 1 min), chorei a noite inteira, fui trabalhar parecendo um zumbi e pensei que tinha perdido o amor da minha vida. O namorado, não o cigarro, ok?
Falei todas as merdas que uma sem noção poderia falar para um namorado... sério, passei dos limites mesmo!
O mais interessante é que a loucura dura algumas horas e depois eu volto ao normal e percebo o tamanho da cagada,
Depois de uma noite "super agradável" sem boa noite do namorado e sem pregar os olhos, minha primeira atitude foi escrever para meu psiquiatra, afinal de contas, a culpa é toda dele que deveria ter me internado e não fez!
Escrevi dizendo que estava ficando louca e que queria parar com o remédio. Ele me explicou que essas crises são comuns e que na verdade, estão acontecendo de forma reduzida (!) graças ao remédio que dá uma segurada na ansiedade e tende a dar uma acalmada. Ou seja, sem o remédio, eu já teria matado todo mundo! Porém, ele conseguiu perceber meu desespero e resolveu me atender no dia seguinte em seu consultório e resolvemos manter o remédio até minha próxima consulta, dia 20 de outubro.

Voltando ao lance com o namorado... eu mandei a resposta do médico pra ele ler e tentar me desculpar por eu ser uma completa idiota. Deu mais ou menos certo. Ele me ignorou o dia inteiro.
No final da tarde nos encontramos e para minha total surpresa (e dele também), quando eu o vi, minha reação foi abraçá-lo e chorar desesperadamente! Eu deveria ter dito alguma coisa, tentado explicar que ele era meu porto-seguro e que eu o amo demais e por isso ele está sendo meu alvo. Mas eu não consegui. Quando eu o vi, só consegui fazer oque eu venho fazendo escondido dele todos esses dias: chorei. Ele não esperava. Eu também não.
Eu estava totalmente exposta e entregue. Acho que não ter dito nada foi a melhor coisa, pois deixei que meus sentimentos transbordassem com minhas lágrimas. No final das contas, acho que eu precisava mostrar de forma explícita pra ele que minhas crises não eram propositais. Consegui mostrar pra ele o quanto me dói perder o controle as vezes e o tamanho do meu medo de perder o colo dele.

Prometi a ele e a mim mesma me policiar e identificar essas crises e tentar controlá-las.

Depois disso tudo, eu percebi uma coisa, mais um possível efeito colateral do BUP. Ele esta alterando meu ciclo menstrual, Li na bula que isso pode ocorrer.
Resumindo: eu fico apenas 1 semana no mês sem menstruar. O resto dos dias, fico com uma borra escura e fraca que só aparece quando eu uso o papel higiênico.
Na segunda-feira vou passar com a minha ginecologista só para ter certeza.
Dependendo do que ela me dizer, vou pedir ao psiquiatra para encerrar o tratamento com o remédio.
Me fez bem mas agora já está me causando muitos transtornos. Ele segura a ansiedade mas sei lá, estou com uma sensação ruim.

Notícia boa!
Conforme prometido, comecei a caminhar na volta do trabalho pra casa. Dá mais ou menos 1 hora de caminhada, todos os dias!! Estou amando!!

Bom gente, é isso.

SPH

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A dor que ninguém vê




Quando decidimos parar de fumar nosso maior medo é sentir muita falta da nicotina, ter recaídas, não conseguir resistir às insistentes tentativas do seu corpo para te convencer a "dar só uma tragadinha".
Sim, tudo isso acontece e realmente, é um teste de força de vontade incrível. O bom é que passa, com o passar dos dias você vai se habituando a sua nova condição e a falta do cigarro começa a ser cada vez menos importante.
Porém, existe um sintoma que vem tomando grande importância nos meus dias... a depressão. Mesmo tomando um antidepressivo, eu me sinto triste, tenho crises de choro e perco a vontade de seguir a vida. É verdade que agora, 50 e tantos dias após meu último cigarro, esses sintomas são menos frequentes, mas ainda existem.
Lá no comecinho do blog eu comentei que parar de fumar é como perder um grande amor, lembra
Uma relação de 14 anos... mesmo sabendo o quanto está me fazendo bem ficar longe do cigarro, ás vezes eu ainda me pego desejando voltar pra ele. Amor bandido mesmo.
A diferença é que eu estou determinada demais para desistir. Meu relacionamento e a saúde dos meus pulmões estão em jogo.

Nem todos os dias são sombrios... acho que a maioria deles não é.

Mas quando a nuvenzinha escura resolve se instalar em cima da minha cabeça, parece que o mundo vai acabar. Minha vida perde completamente o rumo, eu choro e choro e choro e não consigo explicar exatamente de onde vem tanta tristeza e por fim, o vazio me invade... não penso em nada, não falo nada, não sinto nada. Entro em transe, num estado vegetativo. As pessoas falam comigo e eu as escuto mas não as compreendo.

Nem todo mundo entende o que esta acontecendo comigo... acho que só você, ex-fumante que esta lendo meu texto, consegue visualizar o que eu estou descrevendo.

E não basta as pessoas não te entenderem, elas precisam deixar bem claro que estão pouco se fodendo pra você.
Querem um exemplo?
Minha mãe é fumante, isso vocês já sabem. Pergunta se ela deixou de fumar 1 maldito cigarro quando esta perto de mim... NÃO! 
Eu não me sinto no direito de pedir a ela que apague o cigarro. Acho que a boa vontade e bom senso precisam partir dela. 
Mas eu fico bem chateada quando ela fuma dentro do carro quando estou com ela. Não é só pela questão de dar vontade ou não, acho que é mais uma questão de mostrar respeito, se solidarizar com a pessoa... enfim, a única coisa que eu posso fazer é não pegar mais carona com ela. 

A partir da semana que vem darei início a minha campanha "adios sedentarismo"... vou caminhar da empresa até minha casa, todos os dias! 
Dessa forma, além de eliminar alguns muitos kilos, vou poder aproveitar ao máximo minha capacidade de respirar sem dores e sem perder o folego no primeiro km.

Bom pessoas, é isso... obrigada mais uma vez por me permitir entrar aqui, desabafar e me queixar!

Só por hoje... 

domingo, 7 de setembro de 2014

Abstinência, recaída e mudanças

Estou há 47 setes sem fumar. Não fumei 951 cigarros e ganhei mais 3 dias de vida.
Juro que pensei que depois dos 30 dias estaria mais segura e não me sentiria na linha da faixa de gaza. Mero engano.
Nessas últimas 2 semanas, eu tenho sentido muita vontade de fumar. Na verdade não é vontade exatamente. É o hábito de descontar tudo no cigarro.
Meus dias têm sido muito tensos, cheios de mudanças e eu precisei me concentrar muito e lutar muito para não fumar.
Vocês bem sabem o tamanho do meu medo em ter uma recaída, né
Cada vez que a vontade vinha eu me concentrava nela, respirava fundo, tomava um copo d´água e continuava com minhas atividades. 
As crises de choro não param de jeito nenhum! Amanhã vou colocar isso em pauta na terapia. 

Essa semana eu tive a oportunidade de trocar idéias pelo Facebook com muitos ex-fumantes. De longa data, de pouco tempo, jovens, mais velhos... e todos foram bem claros: a abstinência dura pra sempre. 

O marido de uma amiga parou de fumar há 10 anos e me disse que de vez em quando ainda sente vontade de fumar quando vê alguém fumando. Fiquei besta!

Meu maior medo é a recaída... será muito frustrante. E é esse medo que mantém focada em não recair!
Não vou mais fumar! Ponto final!

Minhas últimas 2 semanas foram muito difíceis. A gente nunca esta preparada pra mudanças. Mesmo que elas tenham sido planejadas, quando chega a hora de colocar em prática, perdemos o chão.
Estou me adaptando a minha nova vida. Espero que eu me adapte bem e rápido.

Outra coisa sobre parar de fumar é que nos sentimos mais fortes e corajosos para enfrentar nossos problemas.
Hoje mesmo eu vou fazer isso... estou com o coração na mão mas vou fazer, Vou abrir a boca e falar o que eu penso sobre umas coisas para alguém que eu amo muito. Sabe quando você vai engolindo para não entrar em conflito? Não posso mais fazer isso! Preciso colocar tudo pra fora por que não tenho mais o cigarro para me consolar.
Então hoje, farei uma coisa que deveria ter feito há alguns dias atrás... Torçam!!

Vamos em frente nessa batalha!

Prometo que volto aqui em breve com um post decente, ok?

Boa semana!! SPH